O grande destaque do primeiro dia de competições do remo virtual, modalidade de e-sports e que faz sua estreia nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, foi um garoto tímido, de passadas largas e que chama a atenção pela altura. Davi Bezerra, do Rio de Janeiro, 16 anos e 1,98m, venceu a prova masculina com um tempo de 2min52s, o único abaixo dos 3 minutos. Segundo ele, o resultado poderia ser ainda melhor, mas como sentiu muito o ar seco de Brasília, preferiu se poupar no fim e “tirar o pé”.
“Rapaz, é uma prova muito desgastante, muitas vezes você sai exausto. Mas quando eu vi que dava para vencer sem forçar no fim, dei uma relaxada para não ficar tão cansado”, contou o garoto, que chama a atenção pela altura em meio aos muitos adolescentes que transitam no Centro de Convivência dos Jogos – mesmo jogadores de basquete ou vôlei de praia.
“Pela minha altura, até tentei o basquete, joguei no Botafogo, mas vi que não era a minha. Aí um amigo da minha irmã me falou do remo, eu gosto de praticar esportes, e estou aí”, comentou o agora remador do single skiff do Vasco da Gama.
No Remo Virtual, os atletas competem em cima de um remo ergométrico enquanto a disputa entre eles é transmitida virtualmente num telão. A estreia da modalidade no evento vai ao encontro dos últimos atos do Comitê Olímpico Internacional (COI) de aproximação da juventude e reconhecimento dos jogos eletrônicos como populares e largamente difundidos.
Típico adolescente carioca, do bairro do Catete, Davi tem como hábitos fazer o que qualquer menino de sua idade gosta: jogar futebol, ir à praia, resenhar com os amigos e por aí vai. Mas, focado na carreira esportiva, precisa de tempo para descansar, já que treina em dois períodos, muito cedo pela manhã, e depois à tarde. Se tem algo que o difere dos amigos da mesma idade é o que gosta de comer.
“Gosto mesmo é de comida, arroz, feijão, farofa, carne. Não curto pizza, sanduíche, essas coisas. Ah, um açaizinho eu gosto”, disse o garoto.
Para quem conhece o Rio de Janeiro, próximo ao Catete fica o Aterro do Flamengo, parque público onde há vários campos de futebol. É ali que Davi gosta de jogar “pelada” com os amigos, sempre de centroavante, fazendo valer a sua altura. “Facilita, né? E olha que acho que eu vou crescer ainda mais”.