Destaque do Maranhão, Larissa Pereira se trata para jogar a final do futsal dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025

Ala deixou semifinal com muitas dores, mas sequer considera a hipótese de não estar em quadra para buscar o ouro da 1ª divisão

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O Maranhão fará a final da 1ª divisão feminina do futsal contra o Paraná nesta sexta-feira, 19 de setembro, mas viverá horas de muita expectativa até lá. Isso porque aos 14 minutos do segundo tempo da semifinal em que derrotaram Minas Gerais por 6 a 1, a ala Larissa Pereira, destaque do time na partida, recebeu uma falta dura e caiu no chão em lágrimas. Substituída, a camisa 10 chorou até depois do jogo – sequer forças para levantar e cumprimentar as adversárias teve. “Está doendo muito mesmo”, lamentou-se.

É uma dor passada e futura. Com canelite – inflamação da membrana que reveste a tíbia (osso da canela) e causa dor na região – Larissa já vinha lidando com desconforto. E a isso somou-se o medo de não poder estar em quadra na disputa pelo ouro dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025 contra o Paraná, que derrotou Santa Catarina por 5 a 1. Já prontamente atendida pelo médico da delegação maranhense, tentava manter a positividade. “Espero estar em quadra amanhã. Eu tenho que estar… Eu vou jogar. De qualquer jeito”, resolveu.

Larissa vai fazer tratamento com bota, piscina e repouso. Fotos: Wagner Araújo/COB

Estar em quadra, jogar futsal, para ela, é estar em casa. Filha de uma família de 10 irmãs e irmãos todos apaixonados pela bola, ela está na modalidade desde sempre. “Meu pai, Lourival, jogou na várzea e incentivou todos nós a amarmos o jogo também. Somos 5 mulheres e 5 homens e quando tem torneios de futsal na minha cidade, montamos times da família. E chamamos uns amigos próximos pra completar o banco”, contou.

A cidade é Bom Jesus das Selvas, a 465km de São Luís. Mesmo distante, ela foi convocada para reforçar a base do time que venceu a seletiva do estado e é o destaque da seleção maranhense. Larissa não parece querer perder qualquer chance que apareça. “Minha cidade é muito pequena. Lá é difícil ter um futuro no futebol”, refletiu. Por isso desde cedo a ala tentou encontrar espaço para seguir o sonho. “Com 15 anos eu fui para a base do Fortaleza. Mas meu psicológico não ajudou”, relembra. Larissa conta que lidou com questões de ansiedade e depressão e que o único caminho foi voltar para casa. “Precisei me tratar, mas agora eu sou bem diferente da Larissa que eu era naquela época”, afirmou.

Diferente, mas com a mesma paixão pela bola. “Quando eu jogo futsal ou futebol eu me divirto. E penso na galera toda lá de casa. É como se estivéssemos juntos. Sei que eles estão assistindo aos jogos”, comentou. Com esse apoio e torcida, a ala segue abrindo seu caminho. Depois dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, ela se junta à AFC Maranhense para a disputa da Taça Brasil de futsal e continuar atrás do seu sonho. Mas antes vai seguir o planejamento do doutor – massagem, bota, piscina e descanso. Até porque Larissa tem seu próprio plano para amanhã: “Ser campeã.”

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