O sertão vai virar bronze?

Time formado por jogadores Vale do Piancó, interior da Paraíba, disputa o bronze da 1ª divisão do futsal

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“O sonho da gente era ganhar a etapa regional. Conseguimos, fomos para a estadual”, conta Carlos Alberto, ou Carlin. O pivô do time de futsal da Paraíba relembra o caminho até os Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025. Ele estava na primeira equipe paraibana fora de Campina Grande ou João Pessoa a ser campeã estadual. Por isso está na capital federal onde nesta sexta-feira, 19 de setembro, joga pelo bronze da 1ª divisão contra o Paraná.

Ao seu lado, Francisco Junior, o Bin, lembra como foi a classificação. “Fizemos a final contra um time de João Pessoa, saímos perdendo, tivemos dois expulsos, empatamos e ganhamos no último pênalti da decisão”, repassa. Por isso, o revés de 7 a 1 contra Santa Catarina na semifinal pode até ter doído, mas não há de ser o que vai tirar a gana desses jovens.

Carlin e Bin estudam na mesma escola em Itaporanga, no Vale do Piancó, interior da Paraíba. De lá vem este time que fez história em seu estado e ainda tenta uma medalha nos Jogos da Juventude. “Eu nem sonhava estar aqui”, diz Carlin. Ele é da cidade de Aguiar. Bin é de Diamante. E alguns de seus companheiros são Ibiara, Igaracy e Curral Velho – todas cidades menores na região. “Montamos este time há 8 meses. Estamos desde janeiro nos dedicando”, diz Carlin. “É a primeira vez que este time joga fora da Paraíba”, destaca Bin.

Ele já morou em Brasília – os pais se mudaram para o Distrito Federal com Francisco e Vanessa, sua irmã mais velha. Mas numa das visitas à Diamante para visitar a avó Josefa, Bin pediu para ficar na Paraíba. “Eu gosto de lá, é mais tranquilo. Meus pais entenderam”.

Reunidos com os companheiros logo após a derrota na semifinal, os dois tentam refletem sobre o caminho até aqui. “Nós chegamos na regional lá de Brasília desacreditados. E fomos passo a passo. Esses meninos…não são mais amigos, eles são irmãos para mim. Custa dinheiro ir e voltar para nossas cidades, gasolina e tudo. Então nos ajudamos, às vezes ficamos na casa um do outro. Passar o que nós passamos e estar aqui…”, pondera Bin.

Mas eles estão acordados. E alertas. A noite vai ser de conversa. “Provavelmente o professor vai nos passar coisas do jogo. Mas vamos esfriar a cabeça também”, diz Carlin. Bin é mais enfático. “Não acabou ainda. Nós temos um sonho.” Carlin prontamente completa. “E só depende de nós.”

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