Atletas dos Jogos da Juventude se surpreendem ao saberem que atuaram onde Oscar Schmidt começou no basquete

Inspirados pelo palco dos primeiros arremessos de Oscar Schmidt, nova geração do basquete continua se inspirando em lenda do esporte

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Um dos palcos dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025 é o local onde Oscar Schmidt fez seus primeiros arremessos em uma cesta de basquete, há mais de cinco décadas. Fato que a maioria dos atletas de 15 a 17 anos que disputam a competição só descobre quando se depara com fotos, camisas autografadas e reportagens do ex-jogador expostas na vitrine de troféus do Clube Unidade Vizinhança. Mas será que a nova geração do basquete sabe quem é o “Mão Santa” do basquete? 

O time masculino do Rio Grande do Norte firma, em coro, que sim, conhece a história do brasileiro eternizado no Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (FIBA) e do basquete dos Estados Unidos, mesmo sem nunca ter atuado na NBA. Afinal, foi em Natal que o cestinha da história dos Jogos Olímpicos nasceu. 

“Ele é um ídolo, principalmente para a gente que é do Rio Grande do Norte, já que foi o maior atleta da história de nosso estado”, diz Enzo Tomaz de Oliveira, ala-pivô do time masculino de basquete do Rio Grande do Norte. “A disciplina dele  de treinar muito, chegar antes e ficar até depois do treino é uma inspiração para mim. Ele fazia muita cesta. Falam que ele tinha mão santa, mas era mão de treino, como ele sempre fala”, completa Enzo, de 16 anos. 

Time de basquete do Rio Grande do Norte, do ala-pivô Enzo Tomaz, em frente às relíquias de Oscar Schmidt no Clube Vizinhança, onde o ex-jogador começou. Foto: Abelardo Mendes Jr/COB

O ala-pivô de mais de 1,90m de altura diz que “começou tarde no basquete”, há pouco mais de um ano. Mas rapidamente se destacou e integrou o time potiguar para disputar seus primeiros Jogos da Juventude. Aos 14 anos, Oscar fez seu primeiro jogo profissional, contra o Minas, no Clube Unidade Vizinhança, de Brasília. Em dois anos, ele já estreava pela seleção brasileira. 

O talento e a disciplina levaram Oscar a três Campeonatos Mundiais e cinco edições dos Jogos Olímpicos, de Moscou 1980 a Atlanta 1996, sendo o maior pontuador do basquete na história da competição, com 1.093 pontos.

“Sei que o Oscar jogou pela seleção brasileira, foi o nosso maior atleta da história do basquete brasileiro, acredito eu. E preferiu jogar pela seleção brasileira do que pela NBA”, acrescenta o potiguar Enzo.

Clube Unidade Vizinhança, em Brasília, foi onde Oscar Schmidt começou a jogar basquete. Foto: Abelardo Mendes Jr/COB

Conhecimento apurado, que adquiriu por meio do seu treinador, dos árbitros que viram Oscar atuar quando mais novos e, principalmente, do avô Gilvan de Medeiros, que jogou basquete e chegou a bater bola com Oscar, em Natal. “Meu avô era armador. Ele metia muita bola de três, quando nem existia bola de três ainda. Ele jogou com o Oscar, inclusive, na nossa cidade”, conta orgulhoso Enzo Tomaz. 

Mesmo sendo de gerações diferentes, Enzo destaca a importância de relembrar os ídolos que o país já teve no esporte. “O pessoal faz questão de sempre relembrar. Como o basquete no Brasil não é tão valorizado, é importante resgatar tudo o que podemos para exaltar esse esporte e fazer com que continue crescendo”, explica. 

Lendas que atravessam gerações

Armadora do time de Pernambuco, Maria Eloisa Simões Martins, 16 anos, se interessa em saber sobre ícones que moldaram a história do esporte brasileiro. “Sempre procuro descobrir um pouco da história, do início do basquete, das pessoas que passaram por ele e se tornaram grandes referências pelo mundo. Acho muito legal valorizar os brasileiros que também foram destaques no mundo”, explica.

Armadora do time de Pernambuco, Maria Eloísa Simões Martins mostra que nova geração do basquete conhece referências do esporte, como Oscar Schmidt. Foto: Abelardo Mendes Jr/COB

A pernambucana não esconde o orgulho de competir na quadra onde a trajetória de uma lenda do basquete como Oscar Schmidt começou. “Lembro de ter visto um documentário sobre ele bem antes de eu começar a jogar basquete. Sei que ele era conhecido como Mão Santa e foi um dos melhores jogadores do mundo”, conta Maria Eloisa. 

Entre referências que atravessam gerações, Maria Eloisa também cita Hortência como uma das suas maiores referências. “Ela foi uma jogadora muito habilidosa. A primeira vez que eu vi um jogo dela reprisado na televisão, eu gostei muito do estilo de jogo e do jeito dela em quadra. Dá para perceber que ela jogava porque gostava. Me inspiro muito nas pessoas que jogam porque realmente amam o esporte”, destaca a jovem armadora pernambucana.

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