Bicampeão, Nicolas Kalkmann reafirma nos Jogos da Juventude CAIXA seu amor pelo esporte

Medalha de ouro pelo segundo ano seguido, ele ainda lembra o grave problema de saúde que enfrentou quando começou a competir

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“Treino taekwondo desde os 6 anos. Até que em 2022 meu professor conversou com minha mãe, disse que eu tinha talento. Não tinha pensado em competir, mas logo de cara meus resultados foram ótimos. Parecia que eu fui feito para isso”, relembra Nicolas Kalkmann, 16 anos, bicampeão dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025 na categoria até 48kg do taekwondo.

E com este sentimento, Nicolas se dedicou com tudo à vida de atleta. Não seriam as fortes dores na canela direita que o fariam parar. “Fui a três médicos e todos disseram que era canela trincada. Até que fiz uma tomografia e fui para a Copa do Brasil, no Recife”, conta.

Enquanto estava em Pernambuco, recebeu o laudo do exame. “Descobri que tinha osteomielite, uma bactéria no osso”. Já era alarmante o suficiente para alguém tão jovem. “Calma que vai ficando mais maluco. Explicaram que geralmente isso acontece como consequência de uma fratura exposta. Só que eu nunca quebrei nenhum osso”, diz.

Nicolas foi internado às pressas. “Lá mesmo já me colocaram na emergência. O médico me disse que eu podia ter septicemia (inflamação que pode levar à morte). Estava com osteomielite, continuava dando um monte de chute com a canela, viajando de avião, que não era recomendável. Olha o desespero. Eu em Pernambuco, minha família em Santa Catarina”, descreve. Nicolas viveu momentos de genuíno terror. “Chorei a noite toda. Minha carreira tinha acabado de começar e eu estava apavorado achando que ia perder a perna.”

Por fim, ele foi transferido para Santa Catarina, prontamente entrou em cirurgia e tudo correu bem. “Tive alta antes do planejado, fui liberado para o esporte em três meses. Voltei a treinar meio receoso, mas logo na primeira competição eu medalhei em terceiro lugar”, comemora.

E de lá para cá não parou mais. Bicampeão dos Jogos da Juventude, bicampeão brasileiro, integrante da seleção brasileira na sua categoria. Nicolas só quer aproveitar a vida e se dedicar ao taekwondo. “Se eu não tivesse começado lá aos 6 anos, não seria quem sou. Maturidade, disciplina, amor ao próximo, aprendi tudo ali. O esporte acolhe a pessoa. Ele só soma na vida. As pessoas só precisam ter a vontade de começar, depois elas não iam mais querer parar”, afirma.

Como ele próprio, que segue na rotina de jovem atleta atrás do seu sonho. “Eu quero chegar aos Jogos Olímpicos. Quero levar o Brasil para cima. Em 2028 ainda não posso pela idade. Mas posso ir para os Jogos Olímpicos da Juventude (Dakkar 2026, no Senegal). Minha categoria é olímpica, tomara que ela faça parte do programa. Vou fazer de tudo que puder para conseguir estar lá.”

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