Espírito coletivo move Paraíba, que garante dois pódios no Taekwondo

Medalhas vieram com o incentivo da torcida de atletas paraibanos que competirão nesta segunda-feira (22)

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“Juntos somos mais fortes”. A frase virou o mantra da equipe de taekwondo da Paraíba nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025. No tatame, a luta pode até ser individual, mas basta olhar para as arquibancadas para perceber que ninguém está sozinho. Dentre os espectadores, a equipe paraibana, sobretudo os atletas do masculino – que ainda vão competir nestes Jogos – gritava e dava dicas a cada movimento das companheiras Ellen Tainara, que ganhou prata na categoria -44kg, e Ana Letícia, que garantiu medalha de bronze na disputa individual feminina -55kg, neste domingo (21). Agora a expectativa é por mais medalhas, desta vez com os meninos que vibraram na torcida.

A competição oficial masculina está marcada para esta segunda-feira (22), enquanto a por equipes está marcada para o dia 23. Entre os nomes do grupo está Rikelvin, 17 anos, que vive sua despedida nos Jogos da Juventude. Ele começou no taekwondo por influência do irmão, que trabalhava em uma academia. O que era para ser apenas uma visita virou paixão, e desde então vieram grandes feitos na modalidade como ser campeão paraibano, campeão da Copa do Brasil e campeão brasileiro.

“Esse é meu último ano aqui e quero aproveitar cada momento. Mesmo se a medalha não vier, o importante é saber que dei meu máximo. Eu treino todos os dias para estar pronto e quero mostrar isso no tatame. A gente luta individualmente, mas conquista junto, com o apoio da equipe inteira.”

Equipe paraibana esteve nas arquibancadas para torcer pelas companheiras. Foto: Juliana Avila/COB

Se para Rikelvin o clima é de despedida, para Kauan, 15 anos, de Pocinhos, tudo é novidade. Ele conheceu a modalidade ainda criança, quando viu o professor passar pela rua. Achou que era capoeira, mas logo se apaixonou pelas artes marciais, inspirado por filmes de Jackie Chan. Desde então, acumulou títulos como campeão brasileiro e da Copa do Brasil, e agora faz sua estreia em Brasília.

“É uma experiência muito incrível. Eu vim dos Jogos Escolares e agora chego aqui, minha primeira vez nos Jogos da Juventude CAIXA. Estou ansioso para lutar, porque sei do trabalho que foi feito até aqui. Se eu conseguir levar uma medalha para a Paraíba e para Pocinhos, já vai ser uma vitória enorme. E aqui a gente tem esse lema: um torce pelo outro, porque um atleta sem torcida não é atleta.”

Ana Letícia garantiu o bronze na categoria -55kg. Foto: Juliana Avila/COB

Com 17 anos, Ketlyng, de Santa Rita (PB), carrega no tatame não apenas os próprios sonhos, mas também a história da família. Seu pai foi atleta e hoje é seu treinador.

“Treinar com meu pai é muito bom, mas também é muita cobrança. Ele sempre espera o máximo de mim, e isso me faz crescer. Aqui nos Jogos a gente mostra união: todas as lutas são acompanhadas pela nossa torcida e isso dá confiança para quem está no tatame. É muito bonito ver todos juntos, mostrando que a Paraíba está unida e preparada para conquistar medalhas.”

Ellen garantiu a prata na categoria -44kg. Foto: Juliana Avila/COB

Outro nome que reforça a união e força da equipe é Lucas, 17 anos, também de Santa Rita. Ele começou no esporte aos 7 anos, levado pelo pai, que já havia treinado, mas não chegou a ser atleta. O que começou como uma brincadeira virou rotina de treinos, dedicação e disciplina.

“Tudo no taekwondo me chama a atenção: as competições, a vivência, o esporte em si. Ele me ensinou disciplina e a nunca desistir até o fim da luta. Para esses Jogos, me preparei bem, participei de treinos e competições-teste, e espero um bom resultado. Quando torcemos por um companheiro, como hoje com a Letícia e a Ellen, é porque sabemos o esforço de cada um para chegar até aqui. Se qualquer um de nós ganhar uma medalha, será a recompensa de todo esse trabalho”, disse.

A Paraíba no Taekwondo

O taekwondo paraibano tem ganhado força nos últimos anos. Antes com delegações menores, hoje apresenta uma equipe numerosa e competitiva, reflexo da popularização da modalidade e da inspiração em ídolos como Edival Pontes, o Netinho, medalhista olímpico em Paris 2024 e campeão nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014.

“Ano passado eram poucos atletas, mas agora o taekwondo está crescendo muito na Paraíba. Isso nos motiva. A gente sabe que pode chegar longe e sonhar com medalhas, não só de ouro, mas também de prata e bronze. O importante é que todos deem o máximo”, completou Rikelvin.

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