O estado de Rondônia contou com um reforço especial no Wrestling nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025. Os irmãos iranianos Amir Abdollahzadeh, Mahdi Habibi e Mohammad Sehgonbad representaram o estado no Wrestling e conquistaram as três primeiras – e, até agora, únicas – medalhas de Rondônia na competição. Mohammad conquistou a medalha de prata na luta greco-romana masculina até 92 kg; os dois bronzes foram na luta livre masculina, com Mahdi Habibi na categoria até 55 kg e Amir na disputa até 71kg.
“Foi uma grata surpresa para nós. Eles têm grandes pretensões no Wrestling, têm o sonho olímpico e já representaram o próprio país em eventos a nível mundial. A expectativa realmente foi grande com relação à medalhas”, disse Clênio Marcelo, chefe da delegação de Rondônia.
Naturais do Irã, os três jovens imigraram há cerca de 10 meses para o município de Ji-Paraná, em busca de melhores condições para treinar e estudar. A classificação para Brasília veio após o bom desempenho nos jogos estaduais da categoria juvenil. Apesar do pouco tempo no Brasil, eles já começam a deixar sua marca.
Vindos de um país reconhecido mundialmente pela tradição no Wrestling, os irmãos já traziam experiência na modalidade e decidiram dar continuidade à cultura esportiva do Irã em solo brasileiro. Encontraram em Rondônia a oportunidade de seguir o treinamento com o tio e fizeram jus à fama ao somar uma prata e dois bronzes nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025.
“Tê-los aqui eleva o nível da competição, mostra as portas abertas e os valores olímpicos de excelência, amizade e respeito. O Brasil é um país multicultural e acolhedor e os Jogos da Juventude refletem isso”, destacou Manoela Penna, diretora dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025.

Gessica Elbert, treinadora responsável pela equipe nos Jogos, reforça que a presença dos irmãos representa aprendizado para toda a equipe: “Temos aprendido bastante, é uma cultura diferente, e eles também têm aprendido com a gente. É uma troca muito legal e vai ser interessante pro estado incentivar outros atletas estrangeiros a participar dos Jogos”.
O processo de adaptação dos irmãos iranianos tem sido um aprendizado coletivo. O mais novo, Mahdi Habibi, de 14 anos, ainda se comunica principalmente com auxílio de tradutores do persa para o português. Mohammad Sehgonbad, de 16 anos, admite que a barreira linguística é um desafio: “Aprender português é difícil, porque persa e português são bem diferentes”. Já Amir, de também 16 anos, destaca a oportunidade: “O Brasil é muito bom para o futuro e para estudar”.
Para ajudar a melhorar a comunicação, os colegas de equipe têm se mobilizado para ajudar nas conversas do dia a dia. “Quando a gente não entende, usamos o tradutor e começamos a conversar por ele mesmo. Às vezes eles não sabem o que é algum objeto, como o ferro de passar, e aí mostramos fotos e colocamos no tradutor”, contou Vitória Isabelli Pereira, que disputou a categoria luta livre feminina até 57kg por Rondônia.
“Todos procuram conhecer, respeitar, acolher e ajudar. Eles são bastante unidos e focados e iremos ajudar no que pudermos para construir o sonho olímpico deles”, completou o chefe da delegação Clênio Marcelo.