Uma emoção diferente contagiou as irmãs gêmeas do time do Espírito Santo após a conquista da classificação para a final na 2ª divisão do handebol dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025; e consequentemente o acesso à elite da competição no ano que vem. Lohanny e Lohenn Prates, 17 anos, conheceram o handebol aos quatro anos, por meio do irmão Sayllon Brenner, oito anos mais velho. Foi ele quem transferiu a paixão pela modalidade às duas. A imagem do primeiro incentivador e treinador, porém, virou saudade.
“Infelizmente, meu irmão não está mais entre nós, ele faleceu com 18 anos. Depois da perda do meu irmão, eu quis continuar no handebol por conta dele. O esporte que ele tanto amava nos ajuda a matar um pouco da saudade que ficou dele”, emociona-se Lohenn, jogadora que atua na armação do time capixaba.
As irmãs já jogavam handebol na escola quando perderam o irmão. A saudade foi transformada em motivação, levada para dentro de quadra a cada jogo. “O amor pelo handebol que nós temos é muito por conta dele”, explica Lohanny, armadora e ponta do time do Espírito Sato. Sentimento que aflorou ainda mais nos Jogos da Juventude.

“Antes das partidas, nós duas nos juntamos e oramos por ele, porque queremos realizar o sonho dele. O sonho dele era disputar os jogos escolares e ser campeão. Hoje, nós estamos nos Jogos da Juventude e classificadas para disputar a final por ele”, orgulha-se Lohenn. Para as irmãs Prestes, toda conquista é uma espécie de homenagem ao irmão.
Apesar de defenderem o Espírito Santo, Lohanny e Lohenn são mineiras de Virgem Da Lapa, cidade de cerca de 12 mil habitantes localizada próxima à fronteira com a Bahia. Aos 16 anos, as duas foram convidadas pelo treinador Júlio Nobre para disputar dois torneios junto ao time do Espírito Santo. Elas haviam chamado a atenção do técnico quando disputaram o Campeonato Brasileiro de Seleções, por Minas Gerais, no ano anterior.

A experiência deu certo e a expectativa de conseguir se classificar para mais campeonatos venceu a saudade da mãe, do pai e da treinadora Samara Lopes, com quem as jogadoras falam pelo telefone todos os dias. “Antes de jogos importantes, quando bate aquela ansiedade, a nossa treinadora de Minas Gerais nos dá muitos conselhos e nos ajuda a ficar mais tranquilas”, explicam.
A aposta vem dando certo. Prova disso é que as irmãs conseguiram participar pela primeira vez dos Jogos da Juventude e vêm tendo desempenho de destaque. Na semifinal da 2ª divisão dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, a equipe capixaba venceu o Maranhão, por 23 x 20. A decisão será contra o Alagoas, que passou pelo Piauí, por 25 x 21. Os finalistas garantiram o acesso à elite da competição no ano que vem.