Os Jogos da Juventude CAIXA são um lugar de realização de sonhos. Muitas vezes, não só dos mais de 4,2 mil atletas participantes. Neste sábado, 16, chegou a vez de Maria das Graças, de 72 anos, realizar um desses tantos desejos envolvidos na competição: ver a neta ganhar a medalha de ouro no tiro com arco.
Gabriela Monteiro Matias, de Minas Gerais, contou com a energia e a torcida da avó para ficar com o título da disputa individual feminina. E não foi só Maria das Graças que caiu no choro depois da tão esperada conquista. O abraço das duas foi repleto de emoção.
“É muito bom esse apoio, eu estou muito emocionada. Mas eu sou muito emotiva. Ontem eu conversei com um amigo meu e falei que eu ia chorar independentemente do meu resultado. Poder abraçar minha avó no final de tudo é muito bom. Ter esse apoio de uma pessoa que eu amo”, disse ela.
Maria das Graças saiu de Niterói, no Rio de Janeiro, para acompanhar a neta de perto em João Pessoa. A energia positiva e as comemorações a cada flecha disparada por Gabriela não foram em vão.
“Ai, a emoção é muito grande. Eu torço muito por ela, pra ela ter calma, paciência, e atirar como ela sabe fazer muito bem. Aprendi um bocado sobre o tiro com arco com ela. Sou avó coruja, que acompanha em tudo que pode. Estamos muito, muito felizes”, falou a avó.
A atleta mineira, de 16 anos, superou Iasmin Gorito, do Rio de Janeiro, para ficar com o título. Depois de duas medalhas de prata no ano passado (individual e equipes mistas), enfim ela conseguiu comemorar o ouro.
“Estou nervosa até agora, tremendo pra pra caramba (risos). Eu abracei muito a Mônica (treinadora), porque eu estava muito nervosa. Estava tremendo, suando. E estava atirando mesmo assim. Mas eu pensei que tinha que dar certo”, contou.
“Eu achei um tiro legal, um tiro confortável. Fui tirando dez, nove. Pensei “cara, é isso! Tremendo ou não, é esse tiro!”. Eu tirei um peso, é uma explosão de felicidade. Eu falei que esse ano eu tinha que ganhar o ouro. Eu vim e ganhei (risos), eu estou muito feliz”, disse ela.
E para conquistar a tão sonhada medalha, Gabriela treina em um local um pouco inusitado. O terreno da Federação Mineira, em Belo Horizonte, tem todo o necessário para a preparação. O problema é como chegar até ele. Só é possível acessar entrando por um cemitério. O que já não é mais um problema para a jovem.
“Estou acostumada, o importante é estar sempre treinando (risos)”, completou!