Pedro Silvestre foi, novamente, o grande destaque da ginástica artística masculina nos Jogos da Juventude. O atleta do Centro Olímpico, em São Paulo, conquistou nesta quarta-feira, 20, cinco medalhas, sendo ouros no cavalo, argolas, salto e barra fixa. Ele já havia sido prata no individual geral e por equipes nos primeiros dias de competição. Assim, o jovem de 17 anos melhora o desempenho da edição Ribeirão Preto 2023 em que faturou os mesmos quatro ouros, uma prata e um bronze. Como estourou a idade, Pedro não poderá disputar a edição de Brasília, em 2025.
“Acho que a minha mentalidade mudou. Eu consegui evoluir bastante no meu psicológico e na minha alimentação, graças à minha psicóloga e ao nutricionista do Centro Olímpico. Tenho bastante apoio lá. Acho que fisicamente também melhorei, estou bem mais forte também”, analisou.
No Dia da Consciência Negra, o jovem da periferia de São Paulo lembra do pódio de Rebeca Andrade e Simone Biles nos Jogos Olímpicos Paris 2024 como inspiração. Pedro é integrante de uma nova geração de atletas que tem como referência ginastas como Daiane dos Santos e as próprias Rebeca e Biles, que normalizaram negras e negros no topo do pódio da modalidade.
“Ver um pódio daquele nos Jogos Olímpicos mexe com a gente. É bem gratificante ver que o esporte está proporcionando muita oportunidade. Assim como a Rebeca estava nas Olimpíadas, nós também estamos tendo mais espaço. É uma sensação muito boa”, disse o garoto que no Individual Geral foi prata e dividiu o pódio com Caio Silveira (RS), outro atleta negro.
O garoto que morava em São Miguel, na zona leste de São Paulo, queria começar a ginástica aos 5 anos, mas teve que esperar até o professor de um clube perto de casa o permitir.
“Minhas irmãs mais velhas faziam ginástica. E eu fui lá buscar elas no clube com a minha mãe. Perguntei para a minha mãe se poderia começar também. Ela falou que eu podia, mas o professor disse que eu era muito novo. Tive que esperar um tempinho. Aí, de lá, eu fui para um outro clube, que era um pouquinho mais longe de casa, que era o Curuçá. Depois fui para o Centro Olímpico porque meu professor me indicou para o meu atual técnico, o Carlos. Nessa minha jornada, até agora, estou muito satisfeito com o resultado”.
Pedro, que nesse ano também havia conquistado quatro ouros no Campeonato Brasileiro Juvenil e disputou o Campeonato Pan-americano Juvenil, já tem metas a curto prazo estabelecidas. Para isso, quer seguir competindo em todos os aparelhos, mas com um coração pendendo para um em especial.
“Eu e meu técnico conversarmos bastante sobre isso e a gente quer que eu continue generalista, enquanto não tenho nada grave (de lesão). Mas meus aparelhos favoritos são o cavalo e barra. Especialmente o cavalo, que tem meu coração, com certeza. Vou ser futuro (atleta) olímpico com o Diogo, o Caio Souza… Se Deus quiser, em 2028 seremos nós”.