Alison “Mamute”, Bruno Schmidt, André Stein, Larissa, Elize Maia… A lista de nomes de destaque do Espírito Santo no vôlei de praia é extensa. Nesta sexta-feira, 22, uma nova e talentosa geração se apresentou ao Brasil garantindo os dois primeiros ouros do estado nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. Lucas e João, no masculino, e Lara e Malu, no feminino, venceram as duplas do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, respectivamente, para garantirem o lugar mais alto do pódio. Os campeões chamam a atenção pelas diferenças, seja na altura ou no tempo de vivência na modalidade. Lucas tem 2,03m e conheceu o vôlei há menos de dois anos, enquanto Lara tem 1,61m, mas já pratica a modalidade há sete. Uma mostra de que o esporte dá oportunidade de sucesso a todos.
“Querendo ou não, eu fico um pouco insegura por conta da minha altura, mas eu sei que existem muitas craques baixinhas como eu aí no mundo. O vôlei de praia tem, sim, o meu coração. Sempre foi meu sonho ganhar um ouro. A ficha ainda não caiu, ainda estou meio desnorteada… Estou muito feliz, não consigo expressar em palavras o que que estou sentindo”, comentou Lara logo depois de garantir a vitória por 2 a 1 (21×19, 11×21, 15×09) sobre Mariana e Gabriely, de SC.
“O diferencial para o Espírito Santo conquistar duas medalhas de ouro, principalmente, é o técnico. O Sanderson é muito bom. Não tem ninguém no Espírito Santo com um nível tão bom de ensinamento, de paciência para poder treinar um menino que não sabia nem fazer uma passada, uma manchete e levar ele a jogar um brasileiro. Tem muita influência de um técnico que confia nos seus atletas”, comentou Lucas depois de superar Endrick e João Gabriel, do MS, por 2 a 1 (21×15, 20×22, 15×12).
A bandeira do Espírito Santo traz o lema “Trabalha e Confia”. E a experiência dos capixabas nos Jogos da Juventude, especialmente no vôlei de praia, confirma isso. “No estado a gente faz um trabalho bem rigoroso com as crianças, são quatro sessões de treinamento semanais. Todas as crianças de categoria de base sempre participam de campeonatos duas categorias acima, esses meninos de 17 anos só jogam campeonatos adultos. É muito treinamento, experiência jogando e cada vez mais participando dos campeonatos da CBV, do COB e de todos os órgãos que apoiam o voleibol”, comentou o treinador Sanderson Pimentel, que treina os quatro atletas no dia-a-dia.
Todos os atletas fizeram questão de ressaltar a relevância do trabalho de estudo feito fora da areia para garantir o sucesso. “Acho que todo o treinamento, toda a preparação dessa semana. A gente assistiu o jogo, estudou. O estudo fez a gente se preparar muito melhor para o jogo”, disse Malu, de 15 anos, que já foi convocada para um laboratório na seleção brasileira de quadra com Fofão, treinadora da equipe Sub-17 do Brasil.
“A gente estudou bastante os nossos adversários antes de jogar e era aquilo mesmo. Ou seja, foi muito bom a gente ter estudado eles primeiro. Foi um nível bem acima do que a gente esperava, mas foi um jogo muito bom pra gente porque conseguimos manter a confiança um no outro e no nosso treinador”, completou João.
No que depender do trabalho feito, o sucesso do Espírito Santo nas areias irá seguir. “Saímos com a sensação do dever cumprido. Viemos com as duas equipes, uma das minhas meninas tem 15 anos a outra tem 16, os meninos tem 17 anos, estão começando a rodar agora. Estamos crescendo, correndo atrás de desenvolver o vôlei. E esse é o bicampeonato. No ano passado, fomos campeões com uma outra dupla que já tá rodando o Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia esse ano. A gente voltou para cá para defender o título e, graças a Deus, deu tudo certo”, concluiu o treinador Sanderson.