Baiano realiza sonho de entrar na ginástica artística e se encanta com aparelhos dos Jogos da Juventude

Morador da região metropolitana de Salvador, João Pedro Pereira passou anos em busca de local para iniciar na modalidade

Voltar para
Voltar para

O brilho nos olhos de João Pedro Pereira entrega o deslumbramento do menino de 14 anos em meio aos aparelhos da ginástica artística dos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. O baiano de Lauro de Freitas, município da região metropolitana de Salvador, realizou o sonho de começar na modalidade há apenas três meses, quando um clube próximo da casa dele abriu as portas para a ginástica artística, ainda com poucos equipamentos e muitas adaptações.

“Sempre falei para minha mãe que eu era doido para fazer ginástica artística. Eu olhava as ginastas fazendo aqueles movimentos, via a Rebeca Andrade, a Flavinha (Saraiva) e achava muito legal. Mas não encontrava lugar para praticar onde eu moro”, conta João Pedro. 

Há três meses, o desejo do fã das acrobacias executadas pelos ginastas cruzou com o de Priscila Rocha, fundadora do Clube Megan, que já trabalhava com ginástica rítmica e, neste ano, deu início a treinamentos também na ginástica artística. “Eu sempre quis fazer ginástica artística, mas não consegui. Agora, quero ajudar esses jovens a realizar o sonho deles”, explica a treinadora de João Pedro.

Baiano João Pedro Pereira conta com a iniciativa de Priscila Rocha para entrar na ginástica artística e poder disputar Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. Foto: Ana Patrícia/COB

Priscila é ex-atleta de ginástica rítmica com passagem pela seleção brasileira e, atualmente, se divide entre o trabalho de árbitra nacional da modalidade que conheceu aos 9 anos e a ginástica artística recém implementada no Clube Megan.

A empreitada de abrir uma nova modalidade foi concretizada mesmo sem poder financeiro para montar uma boa estrutura, como ela planeja ter um dia. Na falta de um tablado, o treino da prova de solo é dado em um tatame de judô. No salto, em vez da mesa, o clube usa um plinto, peça quadrangular que serve de base a um pedestal. A barra é adaptada também. “Estamos engatinhando com a modalidade no clube ainda, mas tenho certeza que vamos conseguir chegar a uma estrutura melhor”, diz Priscila. 

A mudança de realidade foi evidente na expressão de João Pedro quando ele se deparou com as barras assimétricas, o cavalo com alça, o tablado do solo e os demais aparelhos montados no Centro de Convenções de João Pessoa para a disputa dos Jogos da Juventude. Mesmo sem competir em todos os aparelhos, o representante da Bahia fez questão de participar da competição e ficar atento a todos os detalhes.

João Pedro Pereira, da Bahia, realiza sonho de disputar ginástica artística nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. Ana Patrícia/COB

“Estou rodando nos aparelhos com os ginastas de outros estados, estou olhando tudo, eles são muito bons. É uma inspiração para quem está começando agora”, comemora João Pedro. Para o baiano, tudo é novidade na principal competição multiesportiva do Brasil para jovens de até 17 anos, organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

“Estou gostando muito da experiência, é uma experiência de ouro. Aqui, eu peguei nas argolas pela primeira vez, porque em Lauro de Freitas não tem esse aparelho. Em outros aparelhos, eu também estou aprendendo. Consigo fazer o flip com o professor do meu lado, mas ainda estou um pouco inseguro para fazer sozinho”, comenta João Pedro.

Nada que o impeça de vivenciar os Jogos da Juventude e conhecer atletas de outros estados e realidades no esporte. É uma oportunidade também de fazer contatos e criar novas oportunidades de intercâmbio. “Já estamos trocando figurinha com o técnico da equipe de São Paulo para levarmos a ginástica artística do Clube Megan até São Paulo para treinar com eles. Seria uma chance de aprender e pegar experiência”, conta Priscila.

Intercâmbios com locais de treinamentos já consolidados fazem parte da estratégia da treinadora da Bahia para ampliar o trabalho que começou a ser realizado em Lauro de Freitas. O primeiro foi em Aracajú e serviu tanto para os atletas, quanto para os profissionais que colaboram com o trabalho voltado para desenvolver a modalidade no clube baiano. “É maravilhoso, porque agora estou podendo ter contato com a ginástica artística, oportunidade que eu não tive quando era criança e que sempre foi o meu sonho”, vibra Priscila.

Notícias relacionadas