Victor Azevedo troca base do Vasco e “aperto no coração” pelo basquete e ajuda Time RJ a chegar à final dos Jogos da Juventude

Ex-goleiro faz parte da equipe carioca que bateu o Mato Grosso do Sul na semifinal e nesta sexta, na decisão, enfrenta o time de Santa Catarina; MS pega Minas na disputa de terceiro lugar na primeira divisão

Voltar para
Voltar para

Muitos meninos e meninas Brasil afora sonham jogar futebol, passar numa peneira num grande clube e ganhar os holofotes no esporte mais praticado no país, mas acabam não conseguindo e vão em busca de oportunidades em outras modalidades. Nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024 uma história inversa chamou a atenção. Victor Azevedo, natural de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, se destacou como goleiro e foi convidado para um teste no Vasco da Gama. Passou, ficou treinando e ganhou uma vaga no alojamento do clube. No entanto, o que seria a realização de um sonho para milhares de garotos não o fazia feliz.

“Todo dia que tinha treino lá no basquete no Vasco, eu assistia. Todo dia, todo dia. E dava um aperto no coração de não estar fazendo o que eu gostava, o que eu descobri que eu gostava muito, amava esse esporte. Um dia fui bater bola uma vez lá e o treinador falou que levava jeito e me convidou para participar de um treino”.

Victor sobe para marcar mais dois pontos para o Rio de Janeiro na vitória sobre Mato Grosso do Sul na semifinal dos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024 – Foto: Grazie Batista/COB


Victor precisou esconder a vontade de jogar o basquete para não decepcionar o pessoal do futebol, mas o amor pelo esporte da bola laranja falou mais alto e ele desistiu de vez dos gramados. Com isso, perdeu o lugar para morar. O jeito foi pedir favor para uma tia.

“Tive que correr atrás de moradia, porque o basquete não tinha alojamento. Mas eu queria jogar basquete no Vasco. Uma tia minha que mora no Rio se disponibilizou a me dar uma cama para dormir e comida. Fiquei morando uns seis, sete meses na casa dela e treinando e jogando pelo Vasco. Do meio da temporada para frente, acabei me destacando e o Tijuca me chamou”, comentou Victor, que com o trabalho na equipe, conseguiu morar sozinho.

Com cerca de apenas dois anos praticando basquete com regularidade, a evolução do atleta é nítida. E quando o principal jogador e capitão do time, Cassini, se lesionou durante a partida, coube a Victor, uma espécie de sexto jogador, ganhar mais minutagem e se tornar uma peça importante na classificação do RJ para a final da primeira divisão dos Jogos da Juventude ao superar o Mato Grosso do Sul por apenas 06 pontos (85 a 91).

“É um sonho de criança estar numa seleção carioca, representar o meu estado, fazendo o que eu amo e podendo ajudar o meu time sempre. Agradeço a Deus por isso”.

Victor em ação na partida entre as equipes do Rio de Janeiro e Paraíba – Foto: Ana Patrícia/COB


A decisão será entre Rio de Janeiro e Santa Catarina, que derrotou Minas Gerais. Mineiros e sul-mato-grossenses se enfrentam pelo terceiro lugar. As disputas são as mesmas do ano passado e, em 2023, o Rio de Janeiro levou a melhor. De acordo com o treinador Agostinho Ferreira, Victor pode ajudar muito, principalmente, porque está sempre disponível a aprender.

“A maior característica dele é ser um garoto que sabe ouvir. Até ontem ele não havia tido muita minutagem. Hoje, eu precisei dele e ele correspondeu acima da média. Falei pra ele não ter medo de errar. Ele só tem 16 anos ainda, começou no basquete tem dois anos e está evoluindo muito. Joga na (posição) quatro (ala-pivô) e cinco (pivô). Mas ele é inteligente, alto e veloz e tem uma mecânica de arremesso excelente, uma das melhores do time. Vamos conversar com o clube dele porque queremos sugerir que ele jogue aberto, de três (ala-armador). Ele trabalhando mais um ano, vai evoluir e estar ainda melhor no ano que vem”, comentou.

Com apenas dois anos no basquete, ala-pivô tem como principais características a velocidade, o bom arremesso e a vontade de evoluir – Foto: Grazie Batista/COB


“Tenho muito a evoluir. Mas me inspiro no LaMelo Ball, que é alto, joga aberto, carrega a bola e tem um bom arremesso. Acho que tem um estilo de jogo parecido com o meu”, completou o jovem de 16 anos e 1,95m.

Notícias relacionadas