Um ciclo virtuoso que se renova a cada ano. O Distrito Federal é, há alguns anos, um dos principais celeiros do judô brasileiro, revelando nomes como o campeão mundial Luciano Correa e a medalhista olímpica Ketleyn Quadros e, mais recentemente, jovens como Guilherme Schmidt, Matheus Takaki e Bianca Reis. Nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024, um novo nome se colocou no hall de revelações: Nicole Marques, campeã na categoria até 52kg. Mas a inspiração dela é outra brasiliense, uma que brilhou muito nesse mesmo peso. Erika Miranda, dona de 5 medalhas em Mundiais, é uma das pioneiras na virada que transformou o judô feminino do Brasil e, também, é peça importante na história de Nicole.
“Comecei com um ano e oito meses na academia dos meus pais mesmo. Quando eu era pequenininha, gostava de engatinhar no tatame. Com três anos, eu já subia corda. A Érika ajudou a cuidar de mim quando era mais nova enquanto eu ficava na academia dos meus pais. Antes de ir pra Alemanha, ela foi visitar a academia, aí eu chamei ela pra um treininho. Não vou mentir, né? Eu apanhei. Mas, como dizem, tem que apanhar pra aprender”, disse Nicole com um largo sorriso.
“A Nicole ama a Erika. Tem uma história muito legal das duas. A Erika deu alguns quimonos dela para a Nicole e ela usou nos primeiros Jogos Escolares, em que foi campeã. Na foto pódio, está escrito Miranda na barra do judogi”, disse Phyllis Marques, mãe e treinadora de Nicole na Academia Espaço Marques, mesmo clube que revelou Erika.
Nascida em Brasília em 4 de junho de 1987, Erika ingressou na seleção aos 17 anos. Por conta de uma lesão, não pode disputar os Jogos Olímpicos Pequim 2008, mas esteve em Londres 2012 e na Rio 2016, na qual terminou na quinta colocação. Ela foi medalha de prata no Mundial Rio 2013 e conquistou outras quatro medalhas de bronze nos Mundiais seguintes (Chelyabinsk 2014, Astana 2015, Budapeste 2017 e Baku 2018). Ao todo, Erika conquistou 37 medalhas em eventos do Circuito Mundial desde 2007. Um longo currículo em altíssimo nível que motiva e inspira a nova revelação do judô brasiliense.
“A Érika é uma das minhas quatro inspirações, que são um exemplo de pessoas com caráter bom, atletas sensacionais e com um currículo impecável. Ela, Ketleyn Quadros, Matheus Takaki e Guilherme Schmidt, para mim, são os melhores atletas”.
A atleta de 16 anos ainda tem o Brasileiro Sênior antes de encerrar um 2024 mágico. Ela foi bronze no Estágio Internacional Sub18 Coimbra (POR) em maio, ouro no Campeonato Brasileiro Sub-18 em junho, bronze no Campeonato Brasileiro Sub-21 em agosto, bronze no Campeonato Mundial Cadete Lima (PER) também em agosto e 5º no CBI Troféu Brasil De Judô em novembro.
“Esse ano foi bem corrido, teve um ritmo de treino muito cansativo, muito puxado, porque foram muitas competições importantes com pessoas fortes. Eu viso a Olimpíada, né? E uma medalha bem dourada. A base vem forte”, completou sorrindo. base vem forte”, completou sorrindo Nicole, que recebeu a medalha dourada e a mascote Bamba dos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024 das mãos da campeã olímpica Bia Souza.
Resultados do primeiro dia do judô nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024
Nesta quinta-feira, 14, foram definidas as categorias superligeiro, ligeiro, meio-leve e leve, todas no masculino e no feminino. Com o ouro de Nicole, o judô do Distrito Federal conquistou dois ouros e um bronze, ficando na segunda colocação do primeiro dia de disputas da modalidade nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024. São Paulo liderou o quadro de medalhas com quatro ouros – Giovanna Imhof (44kg), Jonathan Souza (55kg), Juliana Yamazaki (48kg) e Fernando Mitsuda (66kg) –, duas pratas e um bronze. Pernambuco ficou em terceiro (1 ouro e 2 bronzes); Piauí em quarto (1 ouro) e Rio de Janeiro em 5º (duas pratas e dois bronzes).
Nesta sexta-feira, 15, serão definidas as categorias meio-médio, médio, meio-pesado e pesado. E o programa do judô chega ao fim no próximo sábado, 16, com as disputas por equipes. Confira abaixo todos os resultados do dia:
